Manter e perpetuar a si mesma, biologicamente falando.
A partir disso, o sentido da vida culturalmente, politicamente, socialmente, etc, é criar sentido para ela como forma de nós fazer sentir que nossas vidas estão sendo mantidas e perpetradas. Seja por legados, memórias, ou crenças divinas.
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A princípios nos sentíamos perpetrados a partir da natureza, que nos alimentava e nos davam demais recursos, e nosso espírito visto como perpetuado nas árvores, solos e animais, da onde as pessoas tiravam seu sustento.
Depois, a partir que passamos a nos distanciar e ganhar mais autonomia do que a natureza em si oferecia, em alterando nosso meio ambiente, passamos a nos sentir perpetuado no mundo de baixo da terra, de onde a vida vinha e portanto para onde ela voltava e se eternizada.
Até que então passamos a entender a eternidade das estrelas e dos astros que estão sempre lá há muitas gerações, e passamos a nos identificar com eles como sendo nossa origem e nossa eternizacao. E o paraíso um dia passou a ser o céu. E o mundo dos eternizados pagãos de baixo da terra visto como o inferno, onde tudo se decompõem e apodrece.
Além disso, os grandes feitos, construções e memórias sobre nos, nos faz sentir eternizados no mundo após nossa morte. Incluindo também o "construir família e deixar filhos".
O interessante é que tudo parte de um princípio de impulso biológico. E sendo assim não importa se acreditamos nas histórias divinas ou em nossos feitos. Pq o corpo não sabe diferencias ficção de realidade. O que importa é somente ter uma narrativa sobre a própria perpetuação, como os Daoistas fazem (Somos todos deuses que entediados brincam em um teatro nesse nosso palco, mas que de tao dedicados e tal teatro esquecemos que tudo nao passa de uma atiacao, e passamos a nos confundir com nossos personagens). E assim damos sentido a vida que não tem nenhum sentido se não a preservação e perpetuação da própria sobrevivência.
E o nosso medo existencial sobre tudo está relacionado com o nosso medo da morte (o medo de ser invisível, de ser ignorado, se ficar sozinho, de naonsermos amados, de não sermos reconhecidos, de não sermos apreciados e valorizados).
O curioso é que as pessoas fazem da vida uns dos outros um inferno para depois ficarem rezando para deuses pedindo para serem salvas em um paraíso.
Mas o céu é o infernos (nossa salvação e tragedia) construios nos mesmos em sociedade aqui mesmo.